sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

MACEDO DE CAVALEIROS É O CONCELHO COM MAIS AVC´S NO DISTRITO DE BRAGANÇA


A alimentação, o aumento da esperança de vida e o sedentarismo fazem do distrito de Bragança aquele com maior prevalência de casos de Acidentes Vasculares Cerebrais.

O AVC vai estar hoje em discussão, em Macedo de Cavaleiros, precisamente o concelho do distrito em que se registam mais casos desta doença, vulgarmente conhecida por trombose.
Em 2008 foram 53 os casos registados naquele concelho, mais oito do que em Mogadouro, o segundo concelho mais afectado no distrito de Bragança.
Já este ano, e segundo dados do Centro Hospitalar do Nordeste, até 30 de Setembro já se tinham verificado 45 casos de AVC em Macedo de Cavaleiros, mais 11 do que os registados em Mogadouro.

Por outro lado, Alfândega da Fé, Miranda do Douro, Vimioso, Vinhais ou Torre de Moncorvo são os concelhos que registam menos tromboses no distrito de Bragança.
Até 30 de Setembro, só tinha havido duas em Alfândega, cinco em Moncorvo e oito em Miranda.
Em Vimioso registavam-se cinco, tal como em todo o ano de 2008, e apenas três em Vinhais.
Em Bragança houve 14 até 30 de Setembro, dez em Mirandela, 11 em Carrazeda de Ansiães e Freixo de Espada à Cinta e 12 em Vila Flor. Sampaio da Veiga, o director clínico do CHNE, aponta algumas possíveis causas para estas diferenças.
“Apesar de termos uma alimentação de tipo mediterrânico, saudável, obviamente que há factores locais que podem explicar isso. Desde a própria alimentação feita à base de produtos tradicionais ligados à carne de porco, os enchidos, os fumados. Tudo isso tem influência.”
Na rua, os macedenses parecem dar razão ao director clínico do Centro Hospitalar do Nordeste, apesar de estarem avisados para os perigos.
Apesar de não haver um estudo epidémico sobre este fenómeno no distrito de Bragança, Sampaio da Veiga vê alguns indícios que permitam explicar a prevalência das tromboses na região.
“O nordestino sofre as consequências da sua longevidade, do seu estilo de vida, do sedentarismo. A população está, a maior parte, reformada e, por isso, deixou de ter uma actividade. A idade associada a um certo sedentarismo, provoca alterações vasculares, com o excesso de colesterol, glicemia. Para além disso, sabemos que muitas vezes os doentes abandonam as terapêuticas porque se sentem bem, mas é importante continuar a tomar os medicamentos.”
E para minimizar os danos por quem sofre um AVC, Sampaio da Veiga deixa alguns conselhos.
“Doente que tenha alterações da fala, da boca, perda de força de um braço e perna do mesmo lado, devem ligar para o 112 para virem rapidamente ao hospital de Bragança onde está a funcionar a via verde” do AVC.

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