quinta-feira, 23 de abril de 2009

KAMOV INOP OU OPERACIONAL PARA EXPOSIÇÃO


No passado dia 17 de Março, com vários incêndios não circunscritos no Norte e Centro do País, a ANPC viu-se obrigada a pedir mais um helicóptero pesado Kamov à EMA, a Empresa de Meios Aéreos do Estado. Para além dos três Kamov e dos três helicópteros ligeiros Écureil que se encontravam a operar, os responsáveis operacionais da ANPC viram-se obrigados a pedir mais meios face ao cenário que o País enfrentava.

A resposta da EMA foi negativa, justificando-se a incapacidade de fornecer mais um Kamov com questões de “manutenção de pré-época”. Ou seja, os restantes três Kamov que a EMA comprou estavam “parados para manutenção técnica, com o objectivo de poderem estar totalmente operacionais no início da época critica (15 de Maio)”. A insistência da ANPC pouco valeu perante esta resposta de carácter técnico.

À mesma hora que a ANPC recebeu resposta negativa por parte da EMA, o “BP” foi encontrar um dos Kamov alegadamente em manutenção técnica num dos pavilhões da FIL, que, no dia seguinte, abria portas para mais uma edição da Segurex. Confrontada com esta situação, a direcção da EMA confirmou tudo e explicou que assim estava previsto. Coincidência ou não, ao final da tarde do mesmo dia 17 de Março, a EMA comunicou à ANPC que, afinal, poderia disponibilizar mais um Kamov para os fogos, um dos que estava na alegada “manutenção de pré-época”.

De referir que os nove aparelhos que o Estado comprou (seis Kamov e três Écureil) são pagos pelos operadores que compram os serviços à EMA (ANPC, PSP, GNR e SEF). Dos 25 milhões de euros anuais que sustentam financeiramente a empresa, mais de metade são suportados pela ANPC, que paga, por ano, cerca de 16 milhões de euros pela “permanência” e “disponibilidade” das aeronaves, aliás o principal motivo que esteve na base da compra, segundo o Governo.

Num comentário a esta situação, fonte da Direcção da EMA garantiu ao “BP” que as intenções do Governo “estão a ser cumpridas”, lembrando que, se a “Protecção Civil só podia contar com três helicópteros pesados naquele dia, há dois anos não podia contar com nenhum”.


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